Invictos durante toda a Olimpíada, os alemães Julius Brink e Jonas
Reckermann não só foram campeões olímpicos no vôlei de praia, como
também acabaram com as esperanças do Brasil de levar um ouro no esporte.
Antes de derrotarem Emanuel e Alison nesta quinta-feira, em uma final
apertadíssima e disputada ponto a ponto, eles já haviam eliminado os
também brasileiros Ricardo e Pedro Cunha nas quartas de final.
Estreantes na Olimpíada, os atletas alemães elogiaram o desempenho dos
rivais brasileiros, e disseram que chegaram a temer uma derrota, após
Emanuel e Alison salvarem três match points no tie-break.
"Nós ficamos bem preocupados (após a dupla brasileira impedir três
vezes seguidas o fechamento do jogo). Nós teríamos ficado arrasados se
tivéssemos perdido", disse Brink. "Dessa vez nós tivemos que lutar até o
último momento", admitiu Reckermann, para quem a frieza psicológica foi
o que pesou no final. "Nós nos controlamos mais que antes, apenas
pensando no próximo ponto, não na partida toda", explicou.
A dupla evitou, porém, comentar a polêmica em torno do último ponto
do tie-break, que foi motivo de reclamação dos brasileiros. Enquanto
Alison e Emanuel insistem que a bola caiu dentro da quadra dos
adversários - o que seria um ponto brasileiro -, Brink e Reckermann
reafirmaram que o ataque dos rivais foi falho, mesma percepção do
árbitro da partida.
"Eu até tentei alcançar a bola. Mas graças a Deus eu não consegui. Eu
sabia que a bola tinha ido pra fora, e eu só aguardei o juíz confirmar
isso", disso Brink, ao ser questionado sobre a polêmica. "A gente não
vai chorar aqui por ponto. (...) A gente tem o direito de pedir pro juiz
descer. Ele não desceu, estava muito convicto de que a bola foi fora,
mas eu até puxei o câmera. Mas não vamos chorar, realmente a bola foi
dentro", disse Alison, ao deixar a arena de Horse Guards Parade,
visivelmente decepcionado com a derrota, apesar da conquista da medalha
de prata.
Apesar da polêmica em relação ao ponto que encerrou a partida, e que
garantiu a vitória da Alemanha, a dupla brasileira elogiou os
adversários, que consideraram merecedores da vitória, por 2 sets a 1.
Neste ano, Brink e Reckermann disputaram apenas dois campeonatos do
circuito internacional de vôlei, se dedicando exclusivamente para a
Olimpíada de Londres.
Já tradicional no Brasil, o vôlei de praia começou a ganhar
popularidade nos últimos anos na Europa, mas ainda não é um esporte
muito acompanhado no continente. Para Emanuel, porém, os europeus têm
"imitado" os brasileiros e americanos e a tendência é que comece a
surgir novas duplas fortes no vôlei de praia vindos da Europa.
"Nos últimos três anos o nível técnico do vôlei de praia europeu
cresceu muito. Eles estão imitando muito o estilo americano e brasileiro
de jogar vôlei. Contrataram profissionais, tem agora profissionais
preparados que os acompanham, então eles estão chegando no nosso nível. E
também estão indo treinar durante o verão no Brasil, então estão
aprendendo com os nossos profissionais. Então a partir de agora todos os
jogos vão ser decisivos. Essa é uma dupla muito séria, eles jogaram só
dois campeonatos nesse ano e se prepararam apenas para a olímpiada.
Então essa foi a escolha deles", avaliou.
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